NOTA SOBRE A APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR 17/22
Jéssica Marques e Daniel Fernandes | 12/12/2022
Na última quinta-feira (08/22), a
Câmara de São José dos Campos aprovou a Lei Complementar 17/22, de autoria do
poder executivo, que altera a composição dos grupos de assegurados pelo
Instituto da Previdência do Servidor Municipal (IPSM), o pagamento dos aportes ao
Instituto e outras questões.
Atualmente, a massa de
assegurados do IPSM é dividida em dois grupos (1 e 2), separados de acordo com
os dois diferentes planos de carreira existentes na PMSJC. De acordo com o
projeto aprovado, quase 2 mil aposentados do grupo 1 passarão ao grupo 2, ou
seja, o montante arrecadado pelas contribuições do grupo 2 será utilizado para
o pagamento de aposentadorias do grupo 1. A questão é que os servidores do
grupo 2, por estarem no plano novo de carreira, possuem salários menores e
contribuem proporcionalmente menos com o IPSM, o que causará, rapidamente, o
déficit no grupo 2 e, portanto, o não pagamento de aposentadorias e pensões.
Outra alteração gravíssima
causada pelo PL 17/22 é que a Prefeitura poderá utilizar o patrimônio do
próprio Instituto (aluguel de imóveis do Instituto e outras receitas) para
pagar as dívidas de aportes que possuem com a entidade, de forma retroativa até
2011. É como se uma pessoa fizesse um empréstimo e utilizasse o patrimônio do
próprio credor para pagar a conta. É tão absurdo que chega a ser inacreditável
tamanho ataque. Isso tudo diante de uma dívida de 157.800.926,47 que o governo
possui com o nosso Instituto.
Nesse sentido, não restam dúvidas
de que estamos, mais uma vez, diante de um duro ataque aos servidores e
servidoras municipais de São José dos Campos, pois está nítido que o projeto amplia
a dilapidação do Instituto pela Prefeitura, causando prejuízos que a médio e
longo prazo acarretarão em déficit e no não pagamento das aposentadorias e
pensões de servidores já aposentados ou que seguem ativos no serviço público
municipal.
O projeto foi aprovado a toque de
caixa na Câmara, demonstrando o autoritarismo do governo de Anderson Farias, a
conivência de vereadores omissos e aliados do prefeito, que sequer tiveram a
coragem de defender publicamente o projeto durante a sessão. A aprovação do
projeto também contou com manobras do governo no próprio conselho
administrativo do IPSM, onde não foi apresentado a totalidade dos artigos que
compõem o PL 17/22, que legalmente deveria ser avaliado pelos conselheiros, o
que não ocorreu.
Além disso, o PL 17/22 recebeu
parecer contrário da assessoria jurídica da Câmara e o Instituto da Previdência
foi questionado pelo Tribunal de Contas por conta do uso dos 2/3 dos
rendimentos para pagamento de aportes da prefeitura, agora essa nova lei
aprovada vai agravar ainda mais a situação financeira IPSM.
Portanto, não restam dúvidas da
gravidade dessa nova lei aprovada. O SindServ avaliará todas as medidas
cabíveis para defender o patrimônio e os direitos dos servidores e servidoras municipais
de São José dos Campos. Vamos à luta! O IPSM é nosso!
